28 de dez. de 2011

Lançamento d' As Armas Cômicas

Hexis Editora convida para o lançamento do livro As Armas Cômicas, de Luisa Buarque
Dia 7 de dezembro, quarta-feira, às 19 horas, no Museu da República, Rua do Catete, 153.
SOBRE O LIVRO
Crátilo foi tido algumas vezes como sendo um diálogo de pouca importância para o pensamento platônico, principalmente por não apresentar, aparentemente, uma seriedade filosófica e por ter uma longa seção que narra, de maneira fantasiosa, as origens de alguns nomes. E é esse diálogo que Luisa Buarque analisa e de que expõe uma interpretação que pretende revelar as complexidades, sutilezas e riquezas do texto de Platão.

A partir do século XIX, começaram a surgir novas interpretações do diálogo que pretenderam ressaltar o valor do Crátilo não apenas para a ontologia e a epistemologia platônicas, mas também para a história das reflexões sobre a linguagem. Em As armas cômicas, a autora segue uma via interpretativa aberta por esse processo de reavaliação, e sugere uma influência de dispositivos cômicos nos diálogos de Platão. Mais do que isso, a autora diz que Platão, observador atento das peças de Aristófanes, utiliza alguns recursos da comédia para expor as fraquezas e estranhezas de determinadas teorias filosóficas. Ao ressaltar isso, ela nos faz refletir sobre a produção literária de Platão, e não apenas sobre suas teorias filosóficas, e o modo como nele se aliam a temática filosófica e a composição dramática. Trata ainda da importante interlocução que Platão realiza em seus textos com toda herança cultural helênica; e o caráter enciclopédico do Crátilo nos revela isso, pois com o mote da correção dos nomes Platão dialoga, direta ou indiretamente, com diversos pensadores e poetas: Homero, Ésquilo, pitagóricos, Antifonte, Protágoras, Antístenes, Heráclito, Górgias, entre outros.
Ao revelar semelhanças entre os diálogos socráticos de Platão e as comédias de Aristófanes, Luisa Buarque toca em um ponto nevrálgico para a interpretação dos diálogos platônicos e que possibilita um novo olhar sobre o Crátilo: a união entre o cômico (o riso) e o filosófico. Muito da desimportância dada ao Crátilo vem da crença na oposição entre a comicidade e a filosofia (a dicotomia Sério e Profundo X Cômico e Descartável); e uma das suas propostas é refletir sobre a superação de tal oposição.
SOBRE A AUTORA
Luisa Buarque é doutora em Filosofia pela UFRJ; pesquisadora no Laboratório OUSIA de Estudos Clássicos; membro do PRAGMA, Programa de Estudos em Filosofia Antiga; e leciona Filosofia Antiga na PUC-Rio.

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